segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Atitude*

“A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano
pode mudar de vida, mudando de atitude”.
(William James)
Um novo emprego, um novo empreendimento, um novo relacionamento. Qualquer seja
seu novo projeto, apenas mediante atitudes renovadas será possível cultivar
resultados diferenciados. Afinal, se você trilhar o mesmo caminho, chegará
somente aos mesmos lugares.
Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos,
pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três componentes: cognição, afeto
e comportamento.
O plano cognitivo está relacionado ao conhecimento consciente de determinado
fato. O componente afetivo corresponde ao segmento emocional ou sentimental de
uma atitude. Por fim, a vertente comportamental está relacionada à intenção de
permitir-se de determinada maneira com relação a alguém, alguma coisa ou situação.
Para melhor compreensão, tomemos o seguinte exemplo. Algumas pessoas têm o
hábito de fumar. E a pergunta que sempre se faz aos fumantes é o motivo pelo qual
não declinam desta prática mesmo estando cientes de todos os malefícios à saúde
cientificamente comprovados.
Analisando este fato à luz dos três componentes de uma atitude podemos atinar o
que acontece. O fumante, em regra, tem plena consciência de que seu hábito é
prejudicial à saúde. Ou seja, o componente cognitivo está presente. Porém, como ele
não sente que esta prática esteja minando seu organismo, continua a fumar.
Contudo, se um dia uma pessoa próxima morrer vitimada por um enfisema, ou ainda,
o próprio fumante for internado com indícios de problemas cardíacos decorrentes
do fumo, então a porta para acessar o aspecto emocional será aberta: ao sentir o
mal ao qual está se sujeitando, o indivíduo decidirá agir, mudando seu
comportamento, deixando de fumar.
As pessoas acham que atitude é ação. Todavia, atitude é racionalizar, sentir eexternar. E não se trata de um processo exógeno. É algo interno, que deve ocorrer
de dentro para fora. E entre a conscientização e a ação, é necessário estar
presente o sentimento como elo. Ou você sente, ou não muda.
Atitudes, como valores, são adquiridas a partir de algumas predisposições genéticas
e muita carga fenotípica, oriunda do meio em que vivemos, moldadas a partir
daqueles com quem convivemos, admiramos, respeitamos e até tememos. Assim,
reproduzimos muitas das atitudes de nossos pais, amigos, pessoas de nossos
círculos de relacionamentos. E as atitudes são bastante voláteis, motivo pelo qual a mídia costuma influenciar as pessoas, ainda que subliminarmente, no que tange aos
hábitos de consumo. Das calças boca de sino dos anos 1970 aos óculos do filme
Matrix na virada do século, modas são criadas a todo instante.
Atitudes devem estar alinhadas com a coerência, ou acabam gerando novos
comportamentos. Tendemos a buscar racionalidade em tudo o que fazemos. É por
isso que muitas vezes mudamos o que dizemos ou buscamos argumentar até o limite
para justificar uma determinada postura. É um processo intrínseco. Sem coerência,
não haverá paz em nossa consciência e buscaremos um estado de equilíbrio que
poderá passar pelo autoengano ou pela dissonância cognitiva.
Se você está em fase de transição –e normalmente estamos, sem nos aperceber
disso –aceite o convite para refletir sobre suas atitudes. E corra o risco de ter
ideias criativas e inovadoras, além de livrar-se das antigas.

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