segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Benefício da pimenta à saúde está no ardor, sugere estudo


A pimenta pode ajudar a reduzir o colesterol e a acelerar o metabolismo, dizem os pesquisadores da PUC-RS   
Envolta por algumas verdades pouco conhecidas e muitos mitos, a pimenta detém uma série de propriedades benéficas para a saúde. Quem aprecia seu ardor leva, de quebra, redução do colesterol, aceleração do metabolismo e liberação de endorfinas, para ficar em três das vantagens mais atraentes do seu consumo. Tudo por causa da capsaicina, substância responsável pela sensação de queimação na boca e pelo calor e suor que sobem pelo corpo. Ela está presente em pimentas do gênero Capsicum, o que engloba algumas das mais conhecidas, como malagueta, dedo-de-moça, tabasco, jalapeño, cambuci, caiena e pimenta-de-cheiro.
"Se a pessoa tem gastrite, síndrome do intestino curto ou alergia a componentes da pimenta, seu consumo não é recomendado em nenhum grau, pois os efeitos podem ser graves. Fora isso, não há problema algum em comer pimenta. O máximo que ocorre é arder a boca", garante a nutricionista gaúcha Márcia Keller Alves, autora de uma dissertação de mestrado sobre os efeitos da pimenta no organismo. Entre os principais benefícios do consumo das frutas da pimenteira, aponta ela, estão a redução do colesterol e o aumento do metabolismo, o que ajuda a emagrecer.
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Confira mitos e verdades sobre a pimenta
O trabalho de Márcia, concluído em 2006, originou um grupo de estudo sobre o assunto na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e três artigos foram redigidos a respeito: um publicado em revista internacional de farmacologia, em 2007, e outros dois ainda não divulgados em função de patentes pendentes de produtos que a instituição de ensino está desenvolvendo.
Então, se é para comer pimenta, qual é a melhor forma de consumi-la: crua, cozida ou em conserva? "Tanto faz, desde que tenha o ardor, o que significa a presença da capsaicina, que é o princípio ativo. É essa a substância que faz bem. E quanto mais arder, mais benefícios para a saúde", ensina a nutricionista. O ardor depende de uma série de substâncias das quais a capsaicina é a principal, presente em células da placenta, região interna da pimenta onde ficam as sementes. O mínimo contato com a placenta torna as sementes, portanto, picantes – daí muita gente acreditar que são elas a origem do ardor.
Além de tudo isso, a pimenta faz com que o corpo libere endorfina, o hormônio do bem-estar, o mesmo que entra em ação depois da prática de atividades físicas. Uma garfada bem apimentada provoca a conhecida sensação de queimação por toda a boca. Quando isso ocorre, o cérebro interpreta o fato como uma queimadura real e libera endorfina para gerar alívio.
VIitaminadas
Também estão em progresso pesquisas que tentam provar de que forma substâncias antioxidantes presentes nas pimentas do gênero Capsicum podem atuar na prevenção ou tratamento de aterosclerose, câncer e doenças degenerativas. E não é só. "O valor nutricional da pimenta é alto. Ela é rica em vitamina A e, quando in natura, também em vitamina C, além de cálcio, ferro, caroteno, fibras, tiamina, niacina e riboflavina", explica a coordenadora do curso de gastronomia da Faculdade Estácio de Sá, em Belo Horizonte, Nádia Antunes.
A vitamina A, por exemplo, é essencial à visão e tem sido apontada em estudos como ferramenta importante no combate aos radicais livres, enquanto a vitamina C, igualmente importante nesse último aspecto, também exerce papel crucial em relação à resistência de vasos sanguíneos, dentes e ossos. "Também presente na pimenta, a niacina mantém saudável o sistema digestório e ajuda na conversão do alimento em energia. Já a tiamina atua no sistema nervoso, músculos e coração. Por sua vez, a riboflavina é importante no transporte de oxigênio pelo organismo", acrescenta Nádia. Então, que tal uma pimenta no seu prato hoje?
Por que a pimenta arde?
. O motivo do ardor da pimenta se chama capsaicina: a substância, presente no tecido placentário do fruto, contamina as sementes ao menor contato. Quando a capsaicina encosta nas terminações nervosas da língua, causa reações imediatas

Eduardo Tristão Girão - Estado de Minas
Publicação: 27/09/2010 07:56

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